Sabe quando vc vê um cronograma sem recurso? Um cronograma sem ser gerado através de uma indexação histórica? Apenas com barrinhas e links entre as tarefas que muitas vezes não fazem sentido? Um cronograma que bóia no ar?

Pois é… isso infelizmente é realidade no meio de gerenciamento de projetos na engenharia… principalmente porquê não interessa a uma empresa passar tais informações para um eventual cliente. Tive a oportunidade, em um determinado instituto, de me envolver no processo de licitação, na fase de elaboração do Memorial Descritivo para Contratação de sServiços de Engenharia para um determinado projeto de uma futura fábrica de medicamentos. Neste processo, solicitei para as proponentes que o cronograma a ser apresentado para o certame deveria constar não de forma macro, mas sim de forma macro contendo os documentos a serem emitidos e quem iria ser responsável por sua elaboração desde uma simples folha de dados até a elaboração de um fluxograma mais complexo… incluindo, inclusive, a forma de emissão e resposta da emissão pela referida instituição no que concerne os tempos para resposta no sentido de padronizar e formalizar as demandas do projeto… enfim, já no texto do Memorial Descritivo, incluiu-se um Plano de Gerenciamento de Projetos… advinha se alguma empresa atendeu?

Tal história está para ser alterada de forma significativa com o recente início da lei do BIM onde os projetos deverão ser apresentados nos processos de licitação em uma plataforma que incluirá além do projeto, a indexação das tarefas nele incluídas.

Hoje, já temos sistemas que geram essa indexação, com o PINI, CPOS e DNIT dentre outros. A consequência do início da utilização do BIM, em um primeiro momento, forçará as organizações a se adaptarem à nova realidade e como benesse para os órgãos governamentais, ter-se-á uma base de dados mais fidedigna que será constantemente atualizada visto que tais projetos serão inseridos num banco de dados maior que acumulará os componentes que formam a composição do serviço e seus respectivos Hh, valores unitários e possíveis distorções.

Com isso, qual será o novo sentido do cronograma? Aquelas organizações que não estão acostumadas a tratar suas bases de histórico se baseando numa das práticas propostas pelos conceituados institutos de projetos, deverão de uma ou outra: ou se adequa ou não sobreviverá no mercado.

Autor
Ricardo Machado da Costa Veiga
Engenheiro Mecânico a 20 anos, pós-graduado em Gestão de Projetos e certificado PPM
cel: 11 994857578
E-mail: rmcvengenharia@yahoo.com.br